domingo, 24 de abril de 2011

"Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.
Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.
 
Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho."
"Na minha casa se dizia eu te amo o tempo todo: Mãe, me acorda às seis, te amo. Saí pra comprar pão, amo vocês. Desculpa por ter sido grossa, e obrigada por me amarem mesmo assim. O amor estava nas brigas, nas cócegas, nas cantorias na cozinha e em todos os outros espaços da casa.
É tão natural que eu saia por aí espalhando amor, dizendo amor, escrevendo e sorrindo amor. Não sei ser contida e pensar mil vezes antes de dizer que gosto de alguém. Até consigo, mas o amor fica querendo sair por cada poro do meu corpo, tornando uma luta desagradável, essa de não dizer. Não era para ser desse jeito. As pessoas não deviam entrar em pânico e sumir ao ouvir que outras se importam, muito pelo contrário: deviam deixá-las mostrar o que são capazes de fazer pra dividir esse carinho.
Como vim parar neste mundo estranho onde sentimento é uma coisa que se deve evitar, esconder e negar? Como podem tentar me ensinar que amor é crime quando eu vim ensinar que amor é tudo? Por que é que fui cair justo aqui, nesse lugar que fede hipocrisia, grita solidão e ecoa vazio, onde ninguém resiste à qualquer sinal de dependência emocional, por mais pura que seja? Pra que negar, se omitir, calar? Amar é bonito, é leve. Todo mundo ama, todo mundo esconde. Mas se devo esconder, por que sentir?
Eu só queria um pouquinho de carinho, será que é muito difícil? Uma atenção, um telefonema, uma correpondência, dá pra ser? Um pouquinho de companhia bastava, qual o problema? Sentimentos nasceram para serem sentidos, não para serem escondidos debaixo da dor.
Deve ter mais alguém que caiu nesse planeta solidão por acaso e não entende de fingir. Estou aqui, perambulando sem espaço, sem rumo, sem nexo, mas sei que estou certa. Você vê? isso que foi ensinado de negligenciar carinho, é coisa de gente que não tem carinho pra oferecer. Todo mundo, bem lá por dentro, quer esse amor de graça que parece só existir em mim."
Quando tudo parecer perdido, escuro,
avivar o fulgor da esperança e acreditar:
- Ainda vai ser!

As coisas não vão ser fáceis, hoje você acha sua vida perfeita mas amanhã tudo pode estar ao contrário, você acha que as pessoas jamais vão te abandonar mas algumas delas se vão e não voltam mais. Sabe o que é bom em tudo isso? Você vai ganhar uma coisa no final, amadurecimento.
“Eu briguei com meu coração. Disse que jogasse o amor antigo fora. Ele deu nó. Coração não entende ordens. De um lado a razão exigindo. De outro o coração tentando. A verdade é que nem tudo sai como o planejado. Mas a gente tenta. Um amigo meu me disse que fica surpreso como eu racionalizo os sentimentos. Eu perguntei se falava de mim. Acho que sofro calada. Calada. Maquiada. E de salto alto. Mas manter a pose cansa. Cansa ser racional. Cansa enganar o coração. Cansa ser forte. A verdade é que hoje eu vi um livro que você me deu e chorei calada. Porque é feio chorar por amor perdido. Mas… quer saber? Estou com sinusite. E não estou nem aí para escrever bonito. Quero respirar de novo e amar alguém como um dia eu te amei. Alguém aí acredita em segundo amor?”
"Intimidade é quando a vida da gente relaxa diante de outra vida e respira macio. Não há porque se defender de coisa alguma nem porque se esforçar para o que quer que seja. O coração pode espalhar os seus brinquedos. Cantar a música que cada instante compõe. Bordar cada encontro com as linhas do seu próprio novelo. Contar as paisagens que vê enquanto cria o caminho. Andar descalço, sem medo de ferir os pés."